Já teve oportunidade de se aventurar pela maior estrada nacional da Europa? Sabia que esta era portuguesa? Melhor ainda: que está no pódio das maiores estradas nacionais do mundo? Antes desta está em segundo lugar a famosa Route 66 – nos Estados Unidos, que liga Chicago a Los Angeles ao longo de 3 940 km -, seguida pela Ruta 40, na Argentina, que liga Santa Cruz à fronteira com a Bolívia, numa extensão de 5224 Km.
A histórica Estrada Nacional 2 surgiu com este nome em 1945. Atravessa 32 concelhos, 11 rios, 4 serras e um incontável número de pontos de interesse.
Quando decidimos começar a nossa Roadtrip por Faro, o pensamento foi: e se começássemos onde todos terminam?
O começo da aventura
Para a primeira etapa acolhemos a boa disposição do Maique, Anita, Jorge e Inês e foi debaixo de chuva intensa que seguimos em direção à nossa primeira cidade da Estrada Nacional 2: Faro. Mas só ao segundo dia é que esta cidade nos recebeu.
Faro recebeu-nos com o calor que não se fazia sentir no resto do país. Prova viva eram as centenas de turistas que, em pleno mês de outubro, continuavam a encher as ruas da cidade do Infante D. Henrique. Faro é uma cidade que conseguiu o equilíbrio perfeito entre o passado do nosso país e a história atual. As ruas inspiram longos passeios e fazem desviar facilmente o olhar para os telhados das casas quando se vê as cegonhas que, no topo dos seus ninhos, chamam umas pelas outras.
O marco 738, “onde tudo acaba” está localizado numa avenida movimentada. Exige-se uma verdadeira caça ao tesouro para descobrir o pequeno marco ao longo de toda a avenida, uma aventura como toda a N2.
Deixámos Faro com a intenção de seguirmos até S. Brás de Alportel onde o contraste óbvio era o número de pessoas na rua.
O Alentejo é sinónimo de retas infinitas
Continuámos em direção a Castro Verde, não sem antes passarmos por Almodôvar. Aqui já se sente o espírito do Alentejo, com a sua gente sentada nos bancos das ruas, a aproveitarem o sol e sempre o branco a pintar as suas cidades. Foi em Castro Verde que encontrámos um pequenino restaurante, numa aldeia com um nome curioso: Entradas. Em plena Cavalariça almoçámos os sabores do Alentejo e deliciámo-nos com a pequena e colorida localidade. Foi também em Castro Verde que saímos da estrada principal, para nos aventurarmos nas planícies amarelas que parecem não ter fim.
Ganhámos coragem e seguimos em direção a Ferreira do Alentejo. Pelo caminho distraímos-nos com a paisagem e acabámos por chegar ao final da tarde. Como amantes de fotografia, todos ansiávamos por um local onde pudéssemos ver o pôr do sol. Por isso, escapámos-nos até Odivelas, não a de Lisboa, mas a que fica em pleno coração do Alentejo, para deixarmos que o sol se pusesse no reflexo da água.
A noite esperava-nos em Cuba e foi por lá que aprendemos mais sobre o conhecido Vinho da Talha e nos deixámos embalar pelo sentimento do Cante Alentejano.
Uma despedida com sabor a “Até já”
Ao terceiro dia, em Montemor o Novo esperava-nos as ruínas do seu castelo, que do cume da montanha vigia a cidade. Este local transporta-nos para outra Era, quase conseguimos sentir como a vida fora por lá. E perdidos por entre os caminhos que nos guiam até ao Castelo, voltámos-nos a esquecer das horas.
Brotas, por mais curioso que possa ser para alguns, surgiu como ponto obrigatório na nossa etapa. Queríamos descobrir o pequeno santuário que por lá existe e deixar-nos encantar pelas ruas pintadas de branco e azul. A chuva não nos deixou chegar à Torre das Águias, mas consolou-nos com as migas alentejanas.
Não passaram mais de duas semanas desde que regressámos. Mas já estamos a caminho de novo. Desta vez, na companhia do João, do Leo, da Anita e do Hugo, em direção a Montargil. É a partir daqui que nos vamos continuar a deixar levar pelos encantos da histórica Estrada Nacional 2 até chegamos à cidade da Sertã. Vai continuar a acompanhar a nossa viagem?
Partilhar