Embora a sua invenção seja utilizada em todo o mundo e considerada um acessório indispensável em qualquer automóvel, poucos reconhecerão o nome Mary Anderson. Empreendedora estadunidense, Mary Anderson destacou-se num setor maioritariamente masculino ao patentear o primeiro limpa para-brisas, em 1903.
Com a comprovada necessidade deste acessório nos automóveis, o limpa para-brisas original viria a ser otimizado em 1917 por outra mulher, Charlotte Bridgwood, transformando-o no modelo automático como ainda hoje o conhecemos.
Tanto Mary Anderson como Charlotte Bridgwood foram mulheres que marcaram a diferença: as suas invenções não tiveram sucesso comercial imediato, mas marcaram a história da indústria automóvel para sempre.
Como surgiu o limpa para-brisas?
Mary Anderson nasceu em 1866, no Alabama, nos Estados Unidos da América. Em 1903, visitou Nova Iorque em pleno nevão, caraterístico do inverno nova iorquino. A densidade da neve era tal que esta acumulava-se nas janelas do seu carro, impedindo de ver a cidade em seu redor.
Sem conseguir observar as ruas e edifícios de Nova Iorque, Mary Anderson apercebeu-se que não era a única com dificuldades. O motorista do veículo onde circulava precisava de realizar movimentos arriscados para conseguir limpar o vidro do carro e continuar viagem. A dificuldade era tanta que este optava mesmo por continuar a viagem com a cabeça fora da janela, de modo a conseguir ver a estrada.
Essa viagem marcou de tal forma a inventora, que esta começou, imediatamente após regressar a casa, a trabalhar na funcionalidade que, mais tarde, daria lugar ao primeiro limpa para-brisas do mundo.
Em que consistia o primeiro limpa para-brisas?
O mecanismo inventado por Mary Anderson incluía uma peça presa à parte externa do carro, que se assemelhava a uma espécie de braço longo, com uma cobertura de borracha. Este sistema estava conectado a uma manivela no interior do carro, colocada de modo a que o condutor a pudesse manobrar e, assim, arrastar a neve acumulada no vidro.
Uma invenção de Nova Iorque para o mundo
Anderson não perdeu tempo. Nesse mesmo ano, depois de criar a última versão do seu limpa para-brisas, patenteou-o e tentou vendê-lo a várias empresas. Apesar do seu esforço, o valor desta invenção não foi totalmente compreendido, tendo sido rejeitada por ser considerada uma distração para os condutores.
Naquela época, os poucos veículos em circulação moviam-se a velocidades reduzidas e a obrigatoriedade de limpar o vidro manualmente não era considerada um problema. Contudo, nos anos 40 e 50, o uso do automóvel generalizou-se e vários começaram a incorporar o limpa para-brisas.
À medida que o número de veículos em circulação aumentava, aumentou também o número de acidentes rodoviários. Por isso, em 1950, a segurança rodoviária tornou-se uma prioridade, dando origem aos primeiros cintos de segurança e sistemas de travagem mais seguros.
Embora anos mais tarde a patente de Mary Anderson tenha expirado, a ideia original do limpa para-brisas marcou a história da indústria automóvel para sempre e tornou a vida dos condutores mais confortável e segura. Hoje em dia, o limpa para-brisas é um elemento fundamental em qualquer tipo de veículo.
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