Por consenso, saímos cedo de Vilamoura em direção a Faro. Faro é uma cidade que nos conta histórias mal lá entramos. As ruas, recheadas de memórias de outros tempos, convidam a longos passeios pelas suas ruelas, numa nova descoberta a cada esquina.
Na Sé concentrava-se o maior aglomerado de turistas, bem como na zona da Ria que nos leva até ao porto dos táxis de mar, que transportam os curiosos até à zona de praia. Perdemos as horas nesta cidade. Deixámo-nos encantar pelas cegonhas que, no cimo dos seus ninhos, chamavam por outras. Por lá, provámos um doce de amêndoa, para nos alimentar para uma nova viagem, não sem antes registarmos a nossa passagem pelo, por norma, local de chegada da maioria dos amantes da Nacional 2: o Km 738.
Os desafios até Castro Verde
O único problema de viajar é que o tempo rapidamente nos foge e quando olhámos para o relógio, apercebemo-nos de que, mais uma vez, já estávamos atrasados para o local que tínhamos definido para almoçar.
Durante o percurso, atribuímos às nossas equipas algumas missões. À equipa Honda HR-V, coube descobrir duas curiosidades sobre a cidade de Faro, que entre muita boa disposição os levou a criar todo um romance à volta de D. Afonso III e a Padeira de Aljubarrota. Quanto à equipa Honda CR-V, a primeira missão era registar o seu carro em São Brás de Alportel.
Voltámos a encontrar-nos em Castro Verde, mas não sem antes pararmos numa pequena freguesia com um nome curioso: Vale Maria Dias, onde pudemos fotografar alguns painéis informativos bem caraterísticos da Nacional 2.
Bem no centro de uma bonita localidade chamada Entradas, junto a Castro Verde, “A Cavalariça” deu-nos a provar os incríveis sabores do Alentejo e as suas tão típicas Migas. Também os doces alentejanos nos conquistaram e nos fizeram não querer sair mais de lá. Esta localidade merece uma visita, com as suas dezenas de casas coloridas, as ruas sempre imaculadas que nos guiam até uma bonita igreja.
A tentação tem um nome: estradas secundárias
A partir do momento que de Entradas saímos, deu-se a aventura. A equipa Honda CR-V não resistiu a um desvio na estrada, que nos guiava para a imensidão das planícies alentejanas, sempre pintadas de amarelo. Este desvio levou-nos a conhecer a mais antiga Associação de defesa do ambiente da Península Ibérica, a Organização Não Governamental de Ambiente – LPN – Liga para a Proteção da Natureza. Foi entre algumas espécies de pássaros que protegem, que pudemos tirar os retratos mais representativos do Alentejo, numa das seis herdades que possuem e que perfazem um total de 1800 hectares, onde encontram o Centro de Educação Ambiental do Vale Gonçalinho (CEAVG). Não deixem de visitar.
Já a equipa Honda HR-V aventurou-se pelas pilhas de feno que secavam ao sol num dos campos. De lá trouxeram, para além de um rasto de palha, uma das sessões fotográficas mais divertidas de toda a etapa.
A equipa Honda CR-V partiu em direção a Aljustrel, com o objetivo de encontrar o melhor miradouro para fotografar a cidade. Chegaríamos assim ao Moinho de Vento de Malpique, com uma belíssima vista sobre a cidade.
Missão do dia: onde ver o pôr do sol?
Voltaríamos a encontrar-nos já em Ferreira do Alentejo, mais uma vez em busca do melhor local para vermos o pôr do sol. Numa decisão rápida, escolhemos a barragem de Odivelas para o efeito. E ainda bem que o fizemos, já que vista era fabulosa sobre as planícies alentejanas. Se cá vierem tenham só atenção à estrada e aos buracos imprevistos que vão aparecendo. O mesmo acontece de Ferreira do Alentejo para Cuba e vice-versa.
Escolhemos Cuba para jantar e graças a essa decisão trazemos connosco a doçura do cante alentejano, através de canções como o “Castelo de Beja”, “Fui colher uma romã” ou num dueto em “Para Que Quero Eu Olhos”, num serão promovido pelo restaurante “Adega da Casa de Monte Pedral”, que com a sua arquitetura nos transporta para uma vila espanhola, mas onde os sabores que por lá se provam parecem gritar Alentejo no seu todo.
A tradição bem viva: Vinho da Talha
Para além disso, neste restaurante poderão saber mais sobre o conhecido Vinho da Talha e visitar a bonita adega onde este é produzido. Avisaram-nos que a melhor altura para o conhecer é de novembro a dezembro, num processo de vinificação desenvolvido pelos romanos, onde podemos observar as bonitas e imponentes vasilhas de barro, sem deixar de notar o chão das adegas bem diferente das habituais: a laje inclina-se para o centro, de modo a que o mostro siga para outra talha enterrada.
Com esta lição sobre o Alentejo, partimos em direção a um dos muitos hotéis de turismo rural que por Ferreira do Alentejo poderão encontrar.
Mas este dia não se ficou por aqui. Recorde o primeiro dia e descubra como terminou a aventura.
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