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O amor à boleia de um Honda Civic

Dois Honda Civic

Sempre me considerei uma rapariga normal. Ligava ao mesmo que todas as outras, namorava e gostava de sair. Como a maioria das pessoas, quando fiz 18 anos quis tirar a carta de condução. Foi simples e o destino estava traçado: iria herdar o carro da minha família. Era a desculpa perfeita para eles comprarem um carro novo.

Como qualquer pessoa que tem carro próprio assim que tira a carta de condução, eu era a felicidade em pessoa. A minha liberdade estava ali, naquele carro, ainda longe de imaginar que a Honda marcaria tanto a minha vida, a partir desse dia.

Pode-se encontrar o amor num carro?

A resposta pode ser estranha, mas sim.

Tinha um namoro estável. Quando conheci o meu namorado, a importância que eu dava a carros era… nenhuma. Os automóveis para mim sempre foram algo que nos levava a determinado sítio e pouco mais, eram um mero meio de transporte. Não faziam parte dos meus interesses e não perdia muito tempo a pensar nisso.

Um dia, o meu namorado pediu-me para ir com ele e com um amigo, a uma feira de carros. Tinha chegado a altura de ele escolher o seu próprio carro e queria a nossa opinião. E o que não faz uma namorada para ver o seu namorado feliz? Claro que, nesse dia, ir a uma feira automóvel me pareceu o melhor plano que iríamos ter, portanto aceitei e lá me juntei ao grupo.

Nesse dia conheci de outra forma o Alexandre. O Alexandre era amigo do meu namorado e conduzia um Honda Civic EK4.

Honda Civic

A Honda como destino

Pouco tempo depois tinha um Honda Civic EK4 cá em casa como o meu novo carro. O meu namorado tinha optado por outro. E pensar que, naquele dia, tínhamos saído para ir escolher um carro para ele…

Naquela viagem, tudo me chamou à atenção. O carro, a condução… o Alexandre. Houve uma química inexplicável durante esse percurso. Durante as horas na feira, acabámos por nos aperceber de que havia ali algo que tinha que ser explorado e não ignorado. Talvez tenha sido estranho para a maioria dos nossos conhecidos, mas do amor é quase impossível fugir.

Troquei de carro e… troquei de namorado. A minha vida deu uma volta de 180º para tudo começar a fazer sentido e ganhar um novo significado a cada dia que passava. E de repente ali estava eu, uma apaixonada pelo mundo da Honda, uma adepta de carros e a começar a fazer girar a minha vida em volta disso.

Alexandre e Alexandra: boa dupla, não é? Mais do que a coincidência do nome, temos a coincidência do carro. Ambos temos um Honda Civic EK4. Cada um vive o seu Honda de forma especial. Tão especial que quando chega o momento de namorarmos e termos os nossos momentos a dois, a Honda está presente.

Uma ida à praia fica complicada quando chega a hora de decidir quem leva carro. Então decidimos que a melhor opção seria simplesmente encontrarmo-nos no destino. E assim passámos a sair a quatro: eu, ele e os nossos dois Honda Civic.

Uma emoção que se sente na pele

O Alexandre deu-me a conhecer um mundo que eu não julgara existir fora do cinema. Um dia levou-me à Nazaré, a um sítio chamado “Mundo da Picaria”, situado no Aeródromo da Giesteira, em Fátima.

Honda Civic numa pista

Nesse dia, senti a verdadeira emoção da adrenalina da condução. Neste Aeródromo quebramos um pouco os limites. Organizamos vários eventos de drag e drift para os verdadeiros aficionados, para que possam mostrar o valor dos seus automóveis e mostrar todas as suas capacidades.

Aprecio ver, confesso que não tanto participar. As nossas máquinas já são consideradas umas relíquias pelo que as tratamos como tal, marcando presença apenas para mostrar todo o carinho com que tratamos os nossos Honda e partilhar histórias que passamos com eles e algumas dicas de preservação.

Se o meu atual namorado me deu a conhecer um mundo pelo qual me apaixonei, sei que todos os dias a Honda me faz apaixonar um pouco mais pelo Alexandre. Normalmente os homens gostam de ir ao volante. No meu caso, sou quase sempre eu. Mesmo quando não viajamos no meu carro, ele pergunta-me muitas vezes: “Olha, queres conduzir?”. E eu, como se seguisse rumo ao nosso futuro a dois, digo sempre que sim. Porque nunca se rejeita conduzir um Honda.

Alexandra Dias

 

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