Éramos dois adolescentes, ambos com 18 anos, que mesmo sem nos conhecermos partilhávamos um sonho: termos o nosso primeiro carro e a oportunidade de nos deslocarmos independentemente.
Do cruzar de dois carros, nasce o amor
Lembram-se de quando tiveram o vosso primeiro carro e qualquer desculpa era ideal para podermos pôr as mãos no volante e assim sentir mais uma vez o prazer da condução?
Numa dessas viagens, cruzei-me com um outro Honda que despertou a minha atenção pela marca do carro e pelo seu condutor. Era um Honda Civic 1.5 lsi, de 1993 e não resisti ao seu condutor que também reparou em mim e no meu Honda Civic 1.6 ies, de 2000. Adorava o meu carro e a partir do momento em que o tive, apaixonei-me pela Honda, pelo que sempre que me cruzava com outro modelo da marca, os meus olhos desviavam-se para ele. Mas este era de um tom de azul que me prendeu mais a atenção do que o normal e a troca de olhares com o condutor do outro Honda foi notória para os amigos que viajavam nos dois carros.
O meu nome é António e o teu, qual é?
Não sei se sou má a disfarçar as emoções. Terei que acreditar que sim, já que não passou impune aos meus amigos a minha inocente troca de olhares. Nessa mesma viagem fiquei a saber como ele se chamava. Quem ele era. E o quanto adorava também a Honda.
Aquela conversa mexeu comigo mais do que seria de esperar. Fui para casa num turbilhão de pensamentos e nos dias seguintes, o António não me saía da cabeça. Tinha que o descobrir, custasse o que custasse. Por isso recorri à ferramenta de investigação que tinha mais próxima de mim: o Facebook. Não demorei a descobri-lo. Precisava de falar com ele e esclarecer aquelas constantes trocas de olhares que, não confessando a ninguém, descobrira que me tinham feito apaixonar por ele.
Centenas de mensagens depois e várias horas de conversa trocadas, apercebemo-nos que havia mais a ligar-nos. Os nossos interesses eram muito parecidos, por isso facilmente uma relação de amizade, ou quem sabe, talvez algo mais, teria tudo para resultar.
Decidi então ganhar coragem e marquei café com ele. O dia não podia ter sido melhor, já que tinha feito um exame e precisava de algo que me animasse. Assim, o António apanhou-me à porta da escola e claro que o primeiro tema de conversa tinha que ser sobre o seu Honda Civic. Dizem que as primeiras impressões marcam a relação e uma pessoa, portanto arrisquei tudo nesse dia. Poucos minutos depois de estar pela primeira vez com ele, disse-lhe: “O teu carro é muito bonito. Será que o posso conduzir?” Ele sorriu e passou-me as chaves para a mão.
O início de uma viagem a dois
Deixou-me que o guiasse até onde eu quis. Nesse dia passeámos e conversámos sobre inúmeros assuntos, como se o tempo não passasse, mas a noite chegava e cada um tinha que ir para a sua casa. Armada de uma coragem que não sabia existir em mim, já dentro do carro dei-lhe um beijo de despedida e hoje sei que foi esse o momento que nos disse, aos dois, que ficaríamos juntos para sempre.
Cinco anos depois, decidimos casar. A escolha do tema para o nosso casamento não foi difícil, só existia uma coisa que nos juntou: a Honda. E a escolha tornou-se simples. A Honda fez parte do dia mais importante da nossa vida de diversas formas. Nos convites, os carros que alugámos de propósito para nos levarem, o quadro indicativo das mesas, os marcadores das mesas e até… o topo do bolo. No final conseguimos ter tudo aquilo que havíamos sonhado para o nosso casamento de sonho e para um futuro perfeito a dois, que começou com o: “The Power of Dreams.”
Patrícia Fernandes
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