Quando somos pequeninos, não sabemos dar valor às coisas. A vida passa e nós preocupados com as brincadeiras, com o correr de um lado para outro e o tempo parece não ter significado. Os dias são, para nós, longos e, sem nos apercebermos, vamos moldando a nossa personalidade e construindo as nossas memórias, sem sabermos que um dia vamos sentir falta desses momentos.
Eu fui um sortudo e hoje reconheço-o com carinho. Nas encostas da Serra do Caramulo, tive oportunidade de conhecer aquilo que viria a ser muito importante para mim: a Honda.
Honda: mais do que o poder dos sonhos
Quem conhece as localidades que se deixam embalar pela Serra do Caramulo, sabe que o sossego é a palavra de ordem. Entre paisagens que deslumbram qualquer visitante, não havia muito mais para nos distrairmos. Mas havia um evento, pelo qual aguardávamos ansiosamente: o Caramulo Motorfestival.
Se há altura em que o movimento se sente, é quando os curiosos e apaixonados pelo mundo automóvel chegam em autênticas caravanas, com os seus fabulosos exemplares ou para apreciar o melhor que se junta por cá. A Rampa do Caramulo é um marco para nós e subi-la, ao lado dos melhores pilotos, é um sonho para qualquer um.
Talvez por ter vivido tudo isto, ganhei um gosto especial pelos automóveis. Mas na minha infância, houve outro elemento influenciador que viria a mudar a minha visão e a ver os carros como mais do que um mero objeto.
A presença da Honda durante o meu crescimento
Em miúdos, eu e o meu primo, usávamos o Honda Civic do meu tio como castelo de brincadeiras. Era a nossa fortaleza, onde passávamos tardes a brincar, onde nos refugiávamos dos adultos.
Quando começámos a crescer, este Honda Civic não nos abandonou. Cresceu connosco e deu-nos as memórias das nossas primeiras loucuras de adolescência. Quando o meu primo tirou a carta, pudemos começar a sair à noite e foi com este Honda que o fizemos. Os primeiros engates, os primeiros namoros, tudo graças à fiabilidade deste modelo, que ao longo dos anos nunca nos deixou mal.
Chegou a minha vez de tirar a carta e a decisão parecia óbvia: também queria um. Porque não o faria se o exemplo que tinha era inacreditável? Foi uma história de amor à primeira vista e vocês sabem qual é a sensação: “Quem experimenta um Honda, não quer mais nada.”
Um dia de cada vez, um Honda sempre que quisermos
A partir do momento em que passamos a ter disponibilidade para conquistar os nossos próprios carros, parece-nos que um não chega. Vemos cada carro como uma etapa conquistada e cada Honda como um sonho realizado.
Cinco Hondas já passaram pelas minhas mãos. Cada um marcou-me à sua maneira e ainda hoje me parece que tive poucos. Do Honda Civic ES1, ao Civic EG7, até ao Honda Civic EK4, as memórias são muitas, os sentimentos também. Infelizmente, nem sempre são as melhores.
Em 2017 vivi um dos momentos mais dramáticos da minha vida. Durante quatro dias, num percurso de 30 quilómetros, um incêndio visitou-nos. Não nos devíamos acostumar a algo assim, mas parece que estamos condenados a ver a nossa floresta desaparecer. Grande parte da Serra do Caramulo deu lugar ao negro. E, juntamente com o pinhal, vi o meu Honda Civic EK4 arder também, levado pelas labaredas, que intensamente deixaram a sua marca por cá. Mas das cinzas se renasce e com a Honda sempre foi assim.
As melhores memórias vão-se construindo ao volante dos meus Hondas, como quando levei a minha namorada a passear, no meu Honda Civic EK4, numa viagem que deveria ter terminado no Porto, mas que nos fez percorrer a costa até às praias de Leiria. Porque com a Honda é assim: quando começamos a viajar, parece que não queremos mais parar.
“Quem um Honda vende, um dia se arrepende.”
Não percebo o porquê de as pessoas insistirem em viver dependentes de tecnologia alemã. A fiabilidade da Honda é de 100%.
Não sou mecânico, mas nunca precisei de ir a uma oficina. Nunca. Arranjo sempre tudo em casa, não são cá precisos manuais, como acontece noutras marcas. A tecnologia japonesa, no início, pode parecer complicada, mas depois uma pessoa apanha-lhe o jeito e já não quer outra coisa. A pouca manutenção que os meus Hondas precisam, eu trato de a fazer. Nunca os meus carros conheceram um reboque e, por este andar, nunca irão conhecer.
Quem tem um Honda, gosta e vai até ao fim com ele. As pessoas muitas vezes não gostam porque não conhecem. A Honda é um carro de verdade, não é só um meio de transporte. É meter gasolina e não ter mais que se preocupar, passem 5, 10 ou 20 anos. Às vezes pergunto-me se serei eu o fanático, mas acredito que todos sentem o mesmo.
A minha família já se habituou a este meu sentimento e às vezes é complicado, porque acabo por gastar algum dinheiro para carros. Mas depois tenho o exemplo do meu primo, que é o verdadeiro culpado desta paixão e que também já vai no terceiro Honda.
Sabem o que me dá mais gosto? Saber que finalmente a comunidade Honda começa a ter o destaque merecido. E nada me dá mais prazer do que todos os dias sair do trabalho e olhar para o nosso estacionamento e ver que já somos sete, só ali. E temos tudo para continuar a crescer.
Tiago Filipe Gomes
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