Despertámos no Hotel Mira Corgo, embebecidos com as paisagens sobre o Rio Corgo, rodeado por uma neblina que faz as delícias de qualquer amante de fotografia. No entanto, outra surpresa esperava os nossos convidados no átrio do hotel.
Uma última etapa com a adrenalina ao rubro
O Honda HR-V e o Honda CR-V Hybrid foram os modelos que percorreram esta etapa, para assim terminarmos da mesma forma que começámos esta aventura. Mas não podíamos deixar de preparar uma surpresa aos nossos criadores de conteúdo: o Honda Civic Type R.
Numa versão limitada dedicada ao piloto Tiago Monteiro, foi nas mãos do Brand Manager da Honda Portugal Automóveis, António Areias, que o Type R #18 se juntou a esta etapa. Avançámos assim para o primeiro destino do dia: Pedras Salgadas.
Esta pequena vila transmontana, pertencente a Vila Pouca de Aguiar, há muito que ganhou destaque no dia a dia dos portugueses graças ao valor das suas águas minerais. A primeira paragem foi feita na antiga Estação Ferroviária de Pedras Salgadas, antes de sermos recebidos pela Maria José, do Pedras Salgadas spa & nature park. Fascinados com o efeito da geada matinal, quase nos esquecemos do frio com que fomos recebidos por lá.
Em direção ao parque termal de Pedras Salgadas
Depois de uns largos minutos a captar o melhor que o gelo tinha para oferecer a nível fotográfico, deslocámo-nos em direção ao Parque Termal de Pedras Salgadas. Composto por mais de 20 hectares, a sua origem remonta ao século XIX, quando o turismo termal estava em voga. Nele encontramos património arquitetónico renascido pelas mãos do génio do Arquiteto Siza Vieira, onde destacamos o belíssimo Casino das Termas, inaugurado em 1910. Este casino servia de salão de festas, bailes ou como sala de cinema (onde ainda podemos encontrar a máquina original de projeção, deslocada para o museu), já que os chamados “Jogos de Azar”, em estações balneares, nunca vieram a ser aprovados.
Atualmente no Pedras Salgadas spa & nature park, somos recebidos pelas antigas garagens, de estilo vintage, onde os letreiros sobressaem pela sua escrita: “Garage”. Logo à entrada descobrimos duas das seis fontes das águas das Pedras e talvez as mais conhecidas: a Fonte de Pedras Salgadas e a Fonte Preciosa, mas todo o parque convida à descoberta. Delicie-se com as Eco Houses e as Tree Houses, se escolher este destino para pernoitar e não deixe de fazer o Pedras Experience, onde poderá descobrir toda a história sobre a conhecida marca Água das Pedras, desde que foi considerada especialidade farmacêutica até chegar à água de mesa.
O requinte de um palácio de 1910
Seguimos para Vidago, uma freguesia que pertence ao concelho de Chaves, conhecida também pelas suas águas gasocarbónicas e enquanto destino termal. É exatamente por este último que nos deparamos com um dos últimos palácios de Portugal, transformado atualmente em Hotel: o Vidago Palace.
Mandado construir pelo rei D. Carlos I, foi desenhado pelo arquiteto José Ferreira da Costa e mais tarde inaugurado pelo rei D. Manuel II. Diz-se que a inauguração estava prevista para dia 5 de outubro de 1910, mas a Implantação da República intrometeu-se, adiando, assim, a sua abertura para o dia 6.
Numa autêntica combinação entre luxo e a beleza natural promovida pelo parque onde se encontra instalado, o Vidago Palace Hotel foi idealizado com a intenção de se transformar numa estância terapêutica de luxo, com projeção internacional, para se receber a aristocracia europeia.
É nos anos 50/60 que o Vidago Palace Hotel recupera parte da sua fama, devido às várias festas que organizava no seu recinto, num espaço que fazia parte dos hotéis preferidos das famílias portuguesas, onde existia um campo de mini golf, que fazia as delícias dos mais pequenos, e o ainda existente lago, que com os seus pequenos barcos passeava as famílias ao domingo. Hoje em dia, o Hotel é fielmente guardado por Ângelo Botelho, funcionário do Hotel desde 1989 e ocupando agora o lugar de Concierge e responsável pela comunicação do Vidago Palace, que nos acolheu com toda a simpatia pela qual este hotel já é, há muito, conhecido e que lhe valeu, quase após 100 anos da sua existência, o título de Best Luxury Hotel SPA, nos World Luxury Hotel Awards.
Graças às suas águas conhecidas pela alcalinidade superior a qualquer água portuguesa, nem só de banhos terapêuticos se fazem, existindo as marcas Vidago, Campilho e, antigamente, Salus.
Uma cidade romana à espera de ser conhecida
Partimos para o nosso próximo destino bem perto da hora de almoço. Na fronteira com Espanha, Chaves é uma cidade que se faz de história e do legado deixado pelos romanos. Situada no vale do rio Tâmega, teria uma vasta importância para eles, que levou a que se erguessem muralhas e uma ponte para travessia do rio e que é hoje o ex-libris da cidade: a Ponte de Trajano.
Antes de chegarmos ao km 0 da Estrada Nacional 2, ponto que marcaria o término da nossa aventura, tentando adiar esse momento, fomos provar os sabores tão conhecidos da cidade. Recebidos na Pensão Flávia, foi com um misto de humor e espanto que vimos a nossa mesa invadida de pequenas de caçarolas.
A lógica, por estes lados, é simples: o cliente só manda na conta final. Aqui não há menu fixo, comendo-se o que o gerente decidir para aquele dia e avaliando-se, no final, quanto é que a refeição vale. Por isso, não se perca nas entradas ao pensar que tanta quantidade só pode significar que também são o prato principal, pois à sua espera, já depois de ter barriga cheia de tanta variedade, chegará a bela posta de carne (no nosso caso) e arrepender-se-á de não guardar espaço para ela. Não se esqueça da sobremesa: ela existe e tem um nome peculiar: “come e cala”.
A Hora da despedida
Satisfeitos com as incríveis iguarias flavienses, deixámo-nos conquistar pela paisagem citadina bem marcada pela passagem dos romanos, aquando de Aquae Flaviae. Deixámos que a Ponte de Trajano, com os seus mais de 2.000 anos, abrilhantasse ainda mais os nossos automóveis, assim como as muralhas do Forte S. Francisco, decidindo que chegara a hora de nos despedirmos da aventura que se distribuiu ao longo de 5 etapas: fomos ao encontro do marco do km 0, da já nossa Estrada Nacional 2. E tal como na primeira etapa, fizemo-nos valer da foto de grupo para provarmos que conseguimos alcançar o final da nossa jornada.
De Faro a Ferreira do Alentejo até Brotas, de Montargil a Abrantes até à Sertã, de Pedrógão Grande à Lousã, com passagem por Penacova, de Santa Comba Dão à terra de Viriato, Viseu, até Castro Daire, chegar a Chaves é ver a nossa Honda N2 Roadtrip a cumprir o seu objetivo: dar a conhecer, a toda a comunidade da Honda, que Portugal ainda tem muitos tesouros a serem descobertos. A nossa aventura terminou mas a sua, essa está prestes a começar. Aceita o nosso desafio?
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